dilluns, d’octubre 22, 2012

[ gz ] Does, Galiza, does...


Fai moitos, moitos anos (moitas décadas já, de feito), o galeguismo mirava de sobrevivir à Guerra Civil. A estratégia de defensa cultural da Galiza foi gestada desde entom por Ramón Piñeiro para mirar de preparar umha loita que haveria de durar décadas. Como parte de essa mesma estratégia e na perspectiva de que algum dia haveria de voltar a democracia ao país e, com ela, a nossa dignidade nacional, os velhos galeguistas decidirom formar um líder da Naçom, um novo Breogam para a Terra. Beiras, o "principinho" foi o elegido. Enviarom o rapaz a Paris, educarom-no coas melhores armas de umha grande tradiçom intelectual e política. Mas o Beiras saiu-lhes pola esquerda: o Maio francés era-che moito maio.

Chegou logo a "Transición", tarde, mal e como um duro despertar à realidade do pais: caciquismo, ignoráncia massiva, subalternidade económica..., males endémicos que persistem, pois é Galiza um pais que sistematicamente expulsa ao mais novinho, ao melhor formado, ao mais combativo. E assi seguimos. Naqueles tempos de cámbio de régimen e travestismo borbónico, Beiras perdeu, passou-nas moi mal e lembro do meu avó, com quem compartira listas do PSG o relato de um home terrivelmente abatido. Foi entom que a UPG e o BNPG comprenderom que iam mal pola via da oposiçom frontal a umhas estruturas sociais que pesavam moito mais do que todo o seu marxismo leninismo de manual da Harnecker. Rescatarom ao Beiras e iniciarom o grande e laborioso ascenso de um BNG no que se combinavam tres acertos: 1) o liderazgo do "Principinho", 2) o modelo de organizaçom frontista; e, 3) umha persistente presência nos movimentos sociais da época por meio das frontes de massas (CIG, CAF, etc.).

Co éxito político, o BNG começou a sua burocratizaçom, medrarom politiquinhos que nunca na vida moveram umha assemblea, rifarom co Beiras até faze-lo saltar das listas, concentrarom o poder e mesmo, quando chegarom à Junta de Galiza, gostarom de passear em iate com milhonários. O BNG servira para afrontar a fim do fordismo, mas quedou anclado a esse sucesso, esmorecendo no seguinte, passeninho, passeninho (como de feito continua a fazer após as eleiçons de hoje).


No entanto, IU na Galiza mirou sempre de resolver sem éxito umha alternativa moito mais moderna e de esquerdas; umha alternativa à moderaçom socialdemócrata do PSG-Esquerda Galega, umha alternativa federalista, umha alternativa ligada aos movimientos. Fracassou: o estalinismo galego sobreviviu e se regerou facilmente. Burócratas da mais totalitária das mentalidades e menos inteligente das práticas políticas continuarom em solitário o seu tinglado namentres perdiam pola direita aos arribistas de Esquerda de Galicia encabeçados por Gheluco Guerreiro. Nunca acabou de coalhar a Iniciativa per Galiza que se esperava nascera da coaligaçom EU-UG. De feito, IU passou a recolher a denominaçom em espanhol, em inequívoco signo da fonda incomprensom da qüestom nacional que sempre marcou o devir estalinista da organizaçom.


Chegamos assi, pois, ao dia de hoje, onde o pais continua a reproducir os seus males endémicos e o fenómeno Beiras alegra a um estalinismo que se frota as maos. Mais umha vez, Beiras erra: a política nom é cousa de Principinhos que nom chegam a Príncipes, embora de esse contrapoder do corpo social que é o povo como escissom constituinte e que som as multitudes como corpo social livre. Nascer em Galiza, por isto mesmo, doe; e doe com umha dôr que nom sempre se entende, coa dôr metafísica da saudade, a dôr de umha necessidade de mirar sempre para alem, sempre pensando desde, por e para a multitude.