dimecres, de novembre 05, 2008
[ gz ] Resposta à enquisa da revista Tempos Novos
Quê se pode agardar em Europa e no mundo do tempo político que se abre coa eleiçom do novo presidente dos EUA?
Poderiamos agardar moito e, porém, compre escapar da choiva de triunfalismos mediáticos e moderar as expectativas. Toda grande oportunidade comporta eventualmente umha grande decepçom futura. Saber que nos espera depende de que comprendamos que é o que pode dar Obama de seu.
O triunfo eleitoral de Obama constitúe umha oportunidade pouco habitual para que um governo acometa um importante cámbio social: junto ao feito de conquerir a presidência num régimen político tam fortemente presidencialista, tem-se que engadir a configuraçom de novas maiorias no Congresso e no Senado. Mesmo no Tribunal Supremo facilitam-se-lhe ao futuro presidente novos recursos de poder. Podemos considerar, em definitiva, que o horizonte que se abre nestes dias é o de umha concentraçom máxima de capacidade de intervençom estatal.
Por todo o anterior, a responsabilidade histórica de Obama será máxima se nom aproveita esta situaçom para dar um giro equivalente ao que no seu dia promoveu Ronald Reagan quando inaugurou o paradigma neoliberal conservador subjacente aos desenvolvimentos da política americana das últimas décadas, particularmente agravado por Bush. O herdo, porém, nom é doado. Os efectos das políticas neoliberais som desastrosos: crise financieira e destruçom do tecido produtivo, geralizaçom da guerra e da excepçom como paradigma gubernamental, cámbio climático e crise energética, nova vaga de fame, etc.
Reencarreirar o fiasco neoliberal está bem longe de ser algo doado. Para chegar ao poder Obama corresponsabilizou-se no plano de salvamento da economia especulativa de Bush. Aliás, num mundo global, acreditar em que um poder presidencial num só pais (mesmo nos EUA) pode cambiar o curso da História é mais próprio da propaganda holywoodiense que do senso comum. No melhor dos casos poderá aportar alguns graos de arena: multilateralismo, freo à especulaçom, fim de Guantánamo, etc.